Como tudo o que acontece na Internet tem sua curva de evolução e aprendizagem, o mesmo acontece com a postura dos influenciadores digitais. Ao que tudo indica, estamos finalmente chegando à maturidade.
Com o peso nas costas de ser a pessoa em quem seus seguidores confiam mais do que os próprios pais para avaliar uma recomendação e tomar decisões, o chamado “creator” agora produz conteúdo com pauta definida para refletir suas opiniões e provocar reflexões. Sua audiência se sente estimulada a aprender por conta própria, além do que de fato aprende com os canais.
Nessa balança, todos ganham. O influenciador está sempre motivado a falar de um assunto que domina e que passa a pesquisar mais a fundo; o engajamento dos seguidores é mais real e relevante em suas vidas; o anunciante contrata não só um espaço na mídia como também todo um pacote de valores associado àquela figura.
Ironicamente, um dos maiores indícios recentes sobre o reconhecimento da responsabilidade desse grupo de profissionais foi o escândalo envolvendo dois dos principais nomes de influenciadores no Brasil: Julio Cocielo e Jacaré Banguela. As infelizes declarações racistas de ambos provocaram a ira de milhares de seguidores que decidiram não só denunciar o absurdo como principalmente pesquisar seus históricos de publicações.
Acontece que todo o questionamento que surgiu após isso foi um pouco mais além. A imagem negativa e a indignação atingiu também seus anunciantes e patrocinadores por levantar um ponto extremamente simples: como marcas multinacionais tão grandes e valiosas dão dinheiro para qualquer pessoa sem uma simples pesquisa prévia no Google para descobrir o que ela pensa e que tipo de mensagens espalha?
Mas em paralelo a isso, uma mudança tem sido cada vez mais crescente e, convenhamos, natural. Depois de uma forte e dificílima tendência a buscarem a imparcialidade para não intimidar ou inviabilizar parcerias ($), os criadores de conteúdo estão indo no sentido totalmente oposto. Por influenciarem tantas pessoas, sobretudo jovens e adolescentes, youtubers estão se posicionando claramente sobre política, diversidade, sexualidade, drogas e os mais variados debates sociais. Estão de fato adotando causas e se tornando porta-vozes de movimentos.
Com o tempo, vai se tornar cada vez mais sem sentido o uso do já pejorativo termo “blogueirinha”. A ideia dos influenciadores é sim compartilhar seu dia a dia, mas de uma forma muito mais contextualizada, geradora de conteúdos e transformadora para toda uma comunidade digital.
A única não-novidade aqui é a necessidade de planejar muito bem cada passo da estratégia de comunicação de uma empresa. Com tantas ferramentas existentes para evitar deslizes, por que contar com a sorte? Conte sempre com um parceiro especialista. Como nós, da Choveu. 😉